O MANUAL DE PORTUGUÊS: CAMINHOS DE INOVAÇÃO – 1
Inserido em 2010-03-15  |  Adicionar Comentário

1. Os manuais escolares em geral, e os de língua materna em particular, são alvo, em todo o Ocidente, de olhares críticos. Entre nós, uma obra editada em 2000, à qual dedicaremos aqui mais tarde algum espaço, apresentou uma excelente análise crítica do que são os manuais de Português: trata-se da tese de Doutoramento de Maria de Lourdes da Trindade Dionísio, «publicamente defendida na Universidade do Minho» no ano anterior, A Construção Escolar de Comunidades de Leitores – Leituras do Manual de Português, Coimbra, Almedina.

2. Nesse mesmo ano de 1999 foi publicado um livro que poderia e deveria ter tido consequências nos futuros manuais escolares. Trata-se das actas do I Encontro Internacional sobre Manuais Escolares (Braga, Universidade do Minho), com o título Manuais Escolares – Estatuto, Funções, História, organizadas por Rui Vieira de Castro, Angelina Rodrigues, José Luís Silva e Maria de Lourdes Dionísio de Sousa, e editadas pelo Instituto de Educação e Psicologia e pelo Centro de Estudos em Educação e Psicologia – Universidade do Minho.

2.1. Uma apreciável parte das comunicações apresentadas no encontro centrava-se no manual de Português:

- «Língua materna, mestria linguística e manuais escolares», de Fernando J. Fraga de Azevedo.

- «Funcionamento da língua – as dimensões activadas a partir dos manuais escolares», de Luís Barbeiro.

- «Concepções de alunos e professores sobre o manual escolar de língua materna», de Maria da Conceição Reis Lima Bento.

- «A escrita nos manuais de língua portuguesa – objecto de ensino/aprendizagem ou veículo de comunicação?».

- «Já agora, não se pode exterminá-los? Sobre a representação dos professores em manuais escolares de Português».

- «O manual escolar de Português – que ponto de intersecção entre a gramática e o discurso?», de Olívia Figueiredo.

- «O livro didáctico e o ensino da literatura no secundário», de Cristina Mello.

- «Manuais escolares de língua portuguesa – uma análise das propostas de ensino/aprendizagem de conceitos sintácticos», de Mariana Oliveira Pinto.

- «O meu tio Cabanita», de Luís Prista.

- «A representação da mulher e da condição feminina nos manuais escolares de Português do ensino secundário», de Fernando M. Rocha.

- «Das configurações do manual às representações da literatura», de Angelina Rodrigues.

- «Manuais escolares e frequência das bibliotecas», de Lino Moreira da Silva.

- «Níveis de estruturação e dimensões de transmissão dos livros de Português», de Maria de Lourdes Dionísio de Sousa.

- «A formação de leitores – o contributo do manual escolar. Um olhar através de um manual de língua portuguesa do 1.º C. E. B.», de Maria Elisa Silva Sousa.

2.2. Até que ponto é que este trabalho de investigação sobre os manuais de Português teve consequências na elaboração de futuros manuais? É uma pergunta que aqui deixamos em aberto. 

Mais adiante regressaremos a este assunto.


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A Equipa

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Creio que todas as considerações feitas oficialmente acerca da construção de manuais serviram, antes de mais, para se reflectir no trabalho desenvolvido. A partir daí, e porque o caminho se faz caminhando, acredito que alguns manuais foram integrando novas ideias, novas propostas e tendências e outros, porventura, não tanto. Mas é importante reflectir sobre a forma de organizar um manual, tendo em conta estudos já realizados e conclusões retiradas, pois ele reflecte a forma que o autor (ou autores) perspectiva o ensino que nele veicula. Pois, mais do que patentear o Programa Curricular, manifesta estratégias de ensino e aprendizagem.